Richard Donner

Morre Richard Donner, diretor de Superman, Os Gonnies e Máquina Mortífera

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Aos 91 anos, morreu nesta segunda-feira (05/07) o diretor Richard Donner, responsável pela direção de blockbusters emblemáticos como Os Gonnies, a série de filmes Máquina Mortífera e, seu trabalho mais famoso, Superman – O Filme, estrelado por Christopher Reeve. A morte foi confirmada por sua esposa, Lauren Shuler Donner, porém a causa não foi confirmada. As informações são do Deadline.

Um dos principais responsáveis por consagrar, nas décadas de 1970 e 1980, o Cinema blockbuster de fantasia e aventura como conhecemos hoje (ao lado de Steven Spielberg, Robert Zemeckis e outros), Richard “Donner” Donald Schwartzberg começou sua carreira na TV dirigindo episódios de séries como Wanted: Dead or Alive (que catapultou a carreira de Steve McQueen), Agente 86, Kojak, James West, O Fugitivo, O Agente da UNCLE e Além da Imaginação. No Cinema, estreou em 1961 com um longa chamado X-15 – mas foi em 1976 que os ventos de fato começaram a mudar para Donner: naquele ano, o cineasta lançou o terror A Profecia, que se tornaria um sucesso comercial, angariaria uma legião de admiradores (que perdura até hoje) e colocaria o nome de Donner no radar dos produtores Alexander (pai) e Ilya (filho) Salkind e Pierre Spengler.

A Profecia (1976)

O trio havia comprado, em 1974, os direitos sobre o Superman e se comprometeram a produzir uma adaptação dos quadrinhos para o Cinema – e, embora diretores de peso (como Guy Hamilton, de 007 Contra Goldfinger) tenham sido cogitados, foi Richard Donner quem acabou ficando com a vaga e dirigindo, em 1978, aquele que se tornaria a base de sucesso de todo o filão de filmes de super-heróis que Hollywood produziu de lá para cá: Superman. Foi este longa que abriu alas para que, nas décadas seguintes, viessem os X-Men de Bryan Singer, o Homem-Aranha de Sam Raimi, o Universo Cinematográfico da Marvel, os Batmans de Tim Burton, Joel Schumacher e Christopher Nolan, etc. Além disso, Superman representou um feito técnico impressionante (para a época) ao cumprir com a frase prometida no pôster do filme e fazer “você acreditar que um homem pode voar“, combinando efeitos especiais/visuais (cabos, bluescreen, composições ópticas, etc) e a postura de Christopher Reeve em cena.

O diretor Richard Donner (à esquerda), a atriz Margot Kidder (ao centro) e o ator Christopher Reeve (à direita)

Com orçamento de US$ 55 milhões, o filme se revelou um estrondoso sucesso nas bilheterias (a arrecadação total foi de US$ 300 milhões) e entre a Crítica, posicionando-se, assim, como um dos responsáveis (ao lado de Tubarão, Star Wars, depois E.T., Indiana Jones, Os Goonies, De Volta para o Futuro, etc) pela revolução dos “filmes-espetáculos” nas décadas de 1970 e 1980 uma revolução que transformou o Cinema blockbuster naquilo que conhecemos hoje. O que, porém, não impediu que a relação entre Richard Donner e os Salkind e Spengler se desgastasse: naquela época, Superman e Superman 2 estavam sendo produzidos juntos, para que o segundo saísse pouco após o primeiro (e Donner já havia rodado 75% da continuação). Mas aí, conflitos criativos e burocráticos criaram uma tensão nos bastidores, com os Salkind e Spengler acusando o diretor – entre outras coisas – de estourar o orçamento da produção. Isto resultou na demissão de Donner e na contratação do britânico Richard Lester (Os Reis do Iê Iê Iê), foi chamado para substitui-lo em Superman 2.

Lester teve que regravar parte do material já rodado por Donner, pois o Sindicato de Diretores de Hollywood exigira que, se pelo menos 40% do filme não fossem do britânico, este não poderia ser creditado como diretor. Como consequência, o segundo longa teve uma recepção positiva, mas inferior à do primeiro – e, com a saída de Donner, a série continuou enfraquecendo até culminar no fracasso Superman 4. No entanto, em 2006, pegando carona no lançamento de Superman: O Retorno (que ignorou os dois anteriores e funcionou como uma continuação direta de Superman 2), Donner finalizou e lançou seu próprio “corte” do segundo filme.

Os Goonies (1985)

Depois disso, a carreira do diretor continuou e, em 1985, ele lançou outra obra que se tornaria importante na proliferação dos blockbusters de fantasia/aventura na década de 1980: Os Goonies, produzido por Steven Spielberg. Nos anos seguintes, Donner dirigiu O Feitiço de Áquila, Os Fantasmas Contra-Atacam e outras obras. E, a partir de 1987, revigorou os filmes “buddy cop” com Máquina Mortífera, estrelado por Mel Gibson e Danny Glover. Como todos sabem, as aventuras de Martin Riggs e Roger Murtaugh não parou naquele filme, resultando em uma série de quatro longas; todos dirigidos por Richard Donner. Até hoje, a série é referência absoluta no subgênero “buddy cop movies“.

O ator Mel Gibson (à esquerda), o diretor Richard Donner (ao centro) e o ator Danny Glover (à direita)

Vale lembrar que a influência de Richard Donner sobre os filmes de heróis posteriores não foi só simbólica, mas também literal: em 1986, ele e sua esposa, Lauren Shuler Donner, fundaram a produtora The Donner’s Company, que, depois, co-produziu todos os capítulos da série X-Men. O último trabalho de Richard Donner como diretor foi 16 Quadras, em 2006. No ano passado, Máquina Mortífera 5 foi confirmado com Gibson e Glover de volta aos papeis principais e com Donner de volta à direção. Agora, porém, o futuro do projeto está incerto.

Em Dezembro de 2018, quando Superman – O Filme completou 40 anos, gravei um vídeo especial sobre o filme. Se quiser conferi-lo, só clicar aqui embaixo:

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