Foguete da Morte (1)

Título Original

Moonraker

Lançamento

26 de junho de 1979

Direção

Lewis Gilbert

Roteiro

Christopher Wood

Elenco

Roger Moore, Lois Chiles, Michael Lonsdale, Richard Kiel, Corinne Cléry, Bernard Lee, Geoffrey Keen, Desmond Llewelyn, Lois Maxwell, Toshiro Suga, Emily Bolton, Blanche Ravalec, Irka Bochenko, Michael Marshall, Leila Shenna, Anne Lonnberg, Jean-Pierre Castaldi, Walter Gotell, Alfie Bass e Claude Carliez

Duração

126 minutos

Gênero

Nacionalidade

Inglaterra

Produção

Albert R. Broccoli

Distribuidor

MGM

Sinopse

Acompanhado da bela agente da CIA Holly, o herói vai ao Rio de Janeiro, Veneza e até ao espaço sideral para deter o plano de Hugo Drax, que pretende acabar com a Terra através de um gás mortal.

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007 Contra o Foguete da Morte | Crítica

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Os 12 anos que trouxeram Roger Moore à frente do papel de James Bond foram a época mais descompromissada e engraçadinha da série 007, mas também a mais irregular. Se um capítulo apresentava-se divertido e eficiente em seus esforços, logo em seguida viria um menos competente e, por vezes, mais irritante – e, assim, imediatamente após o ótimo O Espião Que Me Amava (o melhor da “era Moore”), surgiu aquele que talvez seja o mais fraco dos Bonds estrelados por aquele intérprete (ao lado do primeiro, Viva e Deixe Morrer). O que é uma pena, já que há alguns momentos em 007 Contra o Foguete da Morte que certamente mereciam pertencer a um filme melhor e que, para piorar, são contrabalanceados por outros que beiram a chatice absoluta.

Baseado no terceiro livro escrito por Ian Fleming, Moonraker, o quarto 007 protagonizado por Roger Moore é também aquele que conta provavelmente a história mais absurda de toda a série (e olha que estamos falando de 007!): desta vez, James Bond é convocado pelo MI6 para investigar os planos do industrialista Hugo Drax – que, indo direto ao ponto, pretende intoxicar toda a raça humana a fim de repovoar a Terra com uma versão superior dela, selecionando a dedo (e hospedando numa estação espacial) os humanos que merecem ser poupados e escolhidos como os reprodutores da nova população global. A partir daí, basta dizer que, depois que a investigação atira Bond em uma perseguição de gôndolas por Veneza, ele percebe que sua rotina de trabalho anda excessivamente exaustiva (imagina…) e resolve tirar uma semana de férias no Rio de Janeiro. No entanto, como Jaws (o memorável capanga do filme passado) continua em sua cola até as últimas instâncias, o espião se vê obrigado a voltar à ativa e impedir os esquemas de Drax, o que culmina – juro! – em uma batalha na estação espacial do vilão, com direito a astronautas do bem e do mal voando pelas estrelas e disparando lasers entre si.

O problema de O Foguete da Morte, contudo, nem é o absurdo em si – ao contrário, os melhores momentos do filme são justamente aqueles que abraçam o ridículo da própria premissa e que tentam brincar com a mística do universo de 007. Neste sentido, as cenas ambientadas no Rio de Janeiro, por mais que sejam fruto de uma irritante estigmatização dos países de Terceiro Mundo (e uma estigmatização que deve ser apontada), acabam divertindo ao levarem as características mais básicas dos estereótipos brasileiros: para os responsáveis por este filme, os cariocas (e os brasileiros em geral) se resumem a um povo festivo, chegado a uma aglomeração e que curte mais um bloco de Carnaval do que uma noite de sexo (até parece que as duas coisas não convivem na prática), o que resulta em momentos hilários de tão surreais como aquele em que Bond se safa de Jaws apenas ao deixar um grupo de sambistas arrastá-lo para longe e, claro, toda a sequência passada no Pão de Açúcar. Além disso, Roger Moore segue eficaz ao estabelecer sua versão de 007 como a mais bem-humorada de todas, despertando o riso, em especial, quando explora as sutilezas dos gestos do protagonista (vide o ótimo momento dentro de uma ambulância no qual imita, por um segundo, o olhar “sedutor” da bondgirl que o acompanha).

Infelizmente, estes momentos surgem espalhados em uma narrativa conduzida no piloto automático e que ora parece não fazer de onde ir, ora perde tempo com situações que, além de desinteressantes, servem somente para inchar a duração, tornando o ritmo do filme incrivelmente irregular (neste sentido, o trabalho do diretor Lewis Gilbert remete mais a Só Se Vive Duas Vezes do que a O Espião Que Me Amava, ambos dirigidos por ele). Para piorar, tudo isso culmina em um terceiro ato que, obviamente motivado pelo sucesso de Star Wars dois anos antes, envolve foguetes, naves espaciais, roupas de astronauta, armas laser e… o mais absoluto tédio, já que Gilbert sequer demonstra interesse em filmar estas ações megalomaníacas de maneira visualmente interessante – e a necessidade de ainda se manter dentro dos limites impostos pela lógica do universo de 007 impede este clímax de mergulhar a fundo na maluquice que propõe, como se tentasse uma investida no absurdo, mas parasse no meio do caminho. Como se não bastasse, nem mesmo Jaws (de volta após a enorme popularidade que recebeu no longa anterior) brilha desta vez, já que o esforço em acrescentar um arco à sua trajetória (a ponto de forçar sua presença o tempo todo) soa apenas sem graça como tentativa de humor e tola do ponto de vista dramático.

Trazendo Shirley Bassey de volta em uma canção-tema que nem de longe é tão marcante quanto a que a artista performou em Goldfinger (mas… ainda é Shirley Bassey, então ok), O Foguete da Morte é um filme que desaponta menos em função do absurdo e mais por ser simplesmente aborrecido. E é uma pena que, para cada bom momento (como toda a sequência pré-créditos que envolve Bond e Jaws em queda livre), haja uns dois ou três outros que fracassam em manter o interesse – ou mesmo o divertimento – do espectador.

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1 Comentário

  • Uma coisa que vale ressaltar que embora baseado no 3ºlivro de Ian Fleming, o filme é um dos mais infiéis ao material literário, tendo pouquíssimo a ver com a obra do Fleming.

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