Goldeneye

Título Original

GoldenEye

Lançamento

24 de novembro de 1995

Direção

Martin Campbell

Roteiro

Jeffrey Caine e Bruce Feirstein

Elenco

Pierce Brosnan, Sean Bean, Izabella Scorupco, Famke Janssen, Judi Dench, Joe Don Baker, Robbie Coltrane, Tchéky Karyo, Gottfried John, Alan Cumming, Michael Kitchen, Serena Gordon, Desmond Llewelyn, Samantha Bond e Minnie Driver

Duração

130 minutos

Gênero

Nacionalidade

Inglaterra

Produção

Barbara Broccoli e Michael G. Wilson

Distribuidor

MGM

Sinopse

James Bond precisa impedir que o controle do poderoso satélite GoldenEye, capaz de causar pane em qualquer equipamento eletrônico do mundo, caia em mãos erradas. Para isso, contará com a ajuda da bela especialista em computação Natalya Siminova.

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007 Contra GoldenEye | Crítica

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Muito se fala sobre como Pierce Brosnan tinha tudo para ser o James Bond perfeito (ou, no mínimo, para rivalizar com Sean Connery) e acabou desperdiçado em quatro filmes que não fizeram jus à promessa inicial. (Inclusive, oito anos antes Brosnan chegou perto de conseguir o papel de 007 em Marcado para a Morte, mas acabou perdendo-o para Timothy Dalton.) Pois analisando em retrospecto, os grandes problemas da “era Brosnan” têm a ver não só com a falta de personalidade própria dos longas (de todas as “fases” da franquia, esta é a que me gera dificuldades ao tentar distinguir um capítulo do outro), mas com a sensação de que, de modo geral, estes raramente pareciam se importar de fato com a figura de James Bond, evoluindo-o pouco ou mesmo deixando-o de lado – e é sintomático que o personagem mais marcante e interessante de GoldenEye, primeiro filme de Brosnan sob a pele de 007, seja… o vilão, 006 (interpretado por Sean Bean).

Primeiro capítulo da saga a ser lançado após a queda do Muro de Berlim (o que obrigou a franquia a eventualmente rever seus propósitos e suas prioridades narrativas, já que o personagem James Bond foi originalmente concebido como um símbolo do poderio inglês contra a União Soviética durante a Guerra Fria), GoldenEye começa com aquela que talvez seja uma das sequências pré-créditos de toda a série, quando, voltando a investir com força total no (divertido) exagero que pontuou a “era Roger Moore” (e que foi deixado de lado nos dois longas com Timothy Dalton), traz 007 fugindo de uma penca de soldados soviéticos em uma fábrica de armas químicas, subindo em uma moto no meio da pista e disparando em direção a um jato – que, por sua vez, cai de um precipício aparentemente sem fim, levando Bond a (acreditem se quiserem) saltar junto, entrar nele e assumir o manche a tempo de levantá-lo e usá-lo para escapar de vez dos vilões.

Aliás, de vez em quando o diretor Martin Campbell (que mais tarde surpreenderia ao comandar um dos melhores capítulos da série, Cassino Royale) consegue criar uma ou outra sequência memorável que combina a tensão presente em cada situação e o divertimento das soluções absurdas e implausíveis encontradas pelo herói: ao mesmo tempo em que gotas de suor escorrem pelo rosto de Bond enquanto tenta pensar num jeito de escapar de um míssil que vem em direção à nave na qual está amarrado, o modo com que ele executa a estratégia improvisada de última hora não deixa de ser charmoso, ao passo que todo o clímax entre 007 e 006 é registrado por Campbell com a dose certa de adrenalina e brutalidade (neste sentido, GoldenEye é de longe o mais reverente dos quatro capítulos protagonizados por Pierce Brosnan, fazendo uma “ponte” entre a violência de Permissão para Matar e a galhofa que marcaria os filmes seguintes).

É uma pena que, amarrando estes bons momentos, haja uma história irregular e aborrecida que, de quebra, ainda é narrada por Martin Campbell num completo piloto automático: se por um lado a ideia de o vilão ser um ex-agente do MI6 cuja motivação para se rebelar contra a agência foi um sentimento de traição por parte do herói (o que poderia servir para criar um questionamento interessante acerca das ações de Bond e da organização para a qual trabalha), por outro o desespero dos roteiristas Jeffrey Caine e Bruce Feirstein em justificar a presença dos soviéticos (algo que, àquela altura da História humana, já havia se tornado anacrônico há seis anos) e ao mesmo tempo incorporar aspectos mais modernos na trama (como o satélite ultratecnológico “GoldenEye” e as ações do hacker (daqueles bem nerdões) que o transformam em ameaça mundial) tendem a inchar a narrativa além do necessário, fazendo-a soar mais enrolada do que instigante – o que se torna ainda pior quando consideramos o constante desinteresse de Campbell em filmá-la de modo inspirado.

E, no meio disso tudo, o tão esperado James Bond de Pierce Brosnan acaba ficando… pequeno, apertado em meio a uma narrativa que pouco parece se importar com o fato de o herói em questão ser o agente 007 (e não apenas mais um herói genérico deste tipo de filme), transformando-o em um mero action figure e raramente fornecendo ao ator a possibilidade de desenvolvê-lo de forma própria ou de conferir à sua versão algo que a torne única.

Marcando a entrada de Judie Dench como a nova chefe M. (uma personagem que viria a tornar-se muito mais interessante nos longas seguintes, principalmente nos da “era Daniel Craig”), GoldenEye é uma estreia razoável – e não mais que isso – para o 007 de Pierce Brosnan.

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