Nesta quinta-feira, faleceu, aos 82 anos, o cineasta Peter Bogdanovich, diretor considerado um dos ícones do momento cinematográfico da Nova Hollywood. De acordo com um depoimento de sua filha, Antonia Bogdanovich, para o The Hollywood Reporter, o diretor teria falecido de causas naturais em sua própria casa, localizada em Los Angeles.
Conhecido por filmes como A Última Sessão de Cinema (1971) e Lua de Papel (1973), Bogdanovich iniciou sua carreira dentro da direção realizando uma adaptação off-brodway de “The Big Knife”. Paralelamente, realizava criticas e artigos sobre cinema para a revista Esquire.
Na indústria, começou como um dos muitos pupilos/contribuidores de Roger Corman, trabalhando enquanto assistente do mesmo no filme Os Anjos Selvagens (1966). Dois anos depois estrearia na direção cinematográfica com os filmes Viagem ao Planeta das Mulheres Selvagens, creditado como Derek Thomas e Na Mira da Morte (1968), ambos realizados graças ao aval de Roger Corman. A partir daí, dirigiu mais dezenas de filmes e telefilmes, entre longas de ficção e também documentários, estes normalmente dedicados a pessoas ligadas a história do cinema americano.
Para esta última, Bogdanovich pode ser posicionado como uma verdadeira testemunha da longa trajetória pela qual passaram vários cineastas, que, ao longo de sua carreira, entrevistou ou mesmo conviveu, como John Ford, Edgar G. Ulmer (que forneceu a Bogdanovich uma de suas últimas entrevistas no fim dos anos 60), Samuel Fuller (roteirista não creditado de seu primeiro filme, Na Mira da Morte, e que Bogdanovich admitiu ter contribuído imensamente para o filme ter atingido seus objetivos) e Orson Welles, sendo, para este último, um interlocutor durante seu exílio e na realização do filme incompleto O Outro Lado do Vento, que ganhou um corte em 2018, muito pelos esforços de Peter Bogdanovich.
Seu último filme foi The Great Buster: A Celebration, em 2018, documentário dedicado ao cineasta Buster Keaton.