A ideia de produzir uma continuação de uma obra que fez sucesso no passado é controversa por natureza: na maioria das vezes, as sequências pouco mais são do que caça-níqueis encomendados por Hollywood para capitalizar em cima de uma aposta que já tinha dado certo uma primeira vez, limitando-se frequentemente a apenas repetir (em maior escala) os elementos responsáveis pelos bons resultados de seus antecessores, mas raramente criando situações novas ou imaginativas. Felizmente, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final é uma belíssima exceção à regra: sim, boa parte da dinâmica do original é reutilizada aqui (mais uma vez acompanhamos um jogo de gato e rato no qual uma vítima humana tem que escapar e ser protegida de uma máquina assassina), mas o desenvolvimento dos personagens, a concepção estilística daquele universo fictício e os temas discutidos ao longo da narrativa são aprimorados de forma magistral – e isto é o que verdadeiramente importa.
Novamente dirigido e escrito por James Cameron (que, desta vez, divide a função de roteirista com o amigo de longa data William Wisher), O Exterminador do Futuro 2 começa com uma narração em off de Sarah Connor (Hamilton) na qual comenta a catástrofe que ocorreria em 27 de agosto de 1997, o “Dia do Julgamento Final”, quando a inteligência artificial Skynet finalmente ganhou consciência própria e coordenou uma insurreição das máquinas contra a Humanidade. No futuro de 2029, os sobreviventes da antiga civilização seguem liderados pelo soldado John Connor (Edwards) – cuja mãe, Sarah, resistiu ao ataque de um ciborgue T-800 (Schwarzenegger) que os robôs enviaram ao passado com o intuito de matá-la e de evitar o nascimento de John. Após o fracasso daquela missão, as máquinas resolvem investir em mais uma tentativa: mandar o androide T-1000 (Patrick) ao ano de 1995 a fim de matar o próprio John (Furlong), ainda com 11 anos de idade. Para evitar que isto aconteça, a Resistência decide enviar alguém para proteger o menino – a grande surpresa, no entanto, é que o escolhido para embarcar na missão é… outro ciborgue T-800, exatamente com o mesmo rosto daquele que tentou matar Sarah Connor em 1984.
A primeira coisa que chama a atenção em O Exterminador do Futuro 2 é o aumento notável – e significativo – no orçamento da produção: se o primeiro era um longa relativamente barato que se tornou lucrativo justamente por ter custado tão pouco, esta continuação é, em essência, um verdadeiro blockbuster (talvez um dos maiores da História do Cinema). E isto é facilmente observável não apenas pelo fato de “You Could Be Mine”, do Guns N’ Roses, tocar durante o filme e ter virado uma importante peça publicitária, mas também pelo aprimoramento técnico de praticamente todos os elementos estéticos da obra, desde a qualidade dos revolucionários efeitos visuais (que discutirei mais adiante) até a própria trilha sonora de Brad Fiedel (ainda mais potente em sua orquestração). Aliás, o acréscimo de dezenas de milhões de dólares no orçamento permite que James Cameron e sua equipe mostrem com mais detalhes uma série de acontecimentos que talvez não fossem possíveis em uma produção mais barata, como a destruição massiva do “Dia do Julgamento Final” – e a decisão de revelar, durante a sequência de créditos iniciais, as imagens do “presente” de 1997 em chamas ajuda o espectador a sentir ainda mais o impacto daquela devastação, pois está vendo uma realidade mais ou menos parecida com a sua (a do “presente”) sendo consumida pelo fogo e, portanto, se identificando mais com o que está ao seu redor naquele instante, como se a sua realidade fosse resumida a cinzas.
Aliás, só o fato de Arnold Schwarzenegger ter se tornado herói diz muito sobre a natureza de superprodução de O Exterminador do Futuro 2: encarnando T-800 como um verdadeiro monstro no primeiro filme, o ator teve sua carreira catapultada depois disso e, ao renegociar seu retorno aqui, fez questão de formalizar no contrato que só voltaria caso interpretasse um mocinho, desprezando de qualquer forma o papel de antagonista. Uma decisão que, na prática, tinha tudo para se transformar em uma grande besteira – mas aqui, entra o brilhantismo de James Cameron. Percebendo como a mudança de lado do T-800 poderia enriquecer narrativamente esta continuação, o cineasta exibe inteligência ao construir cuidadosamente a reapresentação daquele ciborgue e, por consequência, a apresentação do T-1000, levando o público a supôr, nos primeiros 20 minutos de projeção, que Schwarzenegger seguiria desempenhando a função de vilão ao passo que Robert Patrick, por sua vez, ocuparia o cargo de herói deixado por Michael Biehn.
James Cameron, inclusive, demonstra saber exatamente quais são seus objetivos e como deverá executá-los. Logo no início, quando o mocinho e o bandido aterrizam em 1995, a ordem de chegada dos dois é usada estrategicamente pelo roteiro para criar um tipo específico de expectativa: no original, o T-800 vinha primeiro e Kyle Reese aparecia logo em seguida (antes, o vilão; depois, o herói); já nesta continuação, o fato de Schwarzenegger aparecer primeiro e já sair distribuindo pancadas em outras pessoas (mesmo sem matá-las) induz o espectador a enxergá-lo como um vilão, enquanto o T-1000, que surge imediatamente depois, atordoa um policial de maneira aparentemente inofensiva e não projeta uma imagem ameaçadora desde o início (percebam que, ao visitar os pais adotivos de John Connor, o androide até se mostra simpático e confiável, chegando a elogiar uma foto do menino assim que a vê). Aliás, a própria escalação de elenco ajuda a distanciar o T-800 do T-1000, já que Robert Patrick, ao contrário da montanha de músculos representada por Schwarzenegger, exibe um corpo magrinho, discreto e que, justamente por isso, soa vulnerável quando comparado ao de seu oponente.
Assim, quando finalmente chega o momento em que as duas máquinas se encontram, a reviravolta acerca do Exterminador provoca um impacto considerável, mas que resulta de uma construção cuidadosa: ao avistar o T-1000 vestindo uma roupa de policial (o que sugere que ele talvez possa estar lá para protegê-lo) e o T-800 apontando uma arma em sua direção (num suspense que Cameron faz questão de acentuar através da imagem do personagem pisando em rosas caídas no chão – uma ação que o design de som realça ao enfatizar o som das pétalas sendo esmagadas), John é surpreendido pelo “Get down!” proferido pelo segundo e que serve para anunciar a sua “virada” – e o fato de este ser o primeiro momento em que o T-1000 mata um inocente também nos faz captar de vez a sua natureza cruel e sanguinária. Inclusive, é neste ponto que descobrimos que o androide é… um androide, já que os vários tiros disparados por T-800 em seu peito acabam se dissolvendo em poças prateadas e desaparecendo em questão de segundos, o que, para o espectador, serve como a deixa para fazê-lo pensar “What the fuck???“. Para completar, é interessante que, logo em seguida, o T-800 apareça sendo arremessado por uma vidraça, o que constitui uma rima visual interessante com um momento similar do primeiro filme (no qual Sarah Connor também descobria quem era o assassino e quem estava lá para protegê-la).
Mas é claro que, para a reviravolta funcionar, o outro vilão teria que fazer jus ao que Schwarzenegger imortalizou no anterior – e é um alívio, portanto, que o T-1000 dê conta do recado, se estabelecendo como um monstro tão ameaçador quanto o T-800 do filme passado. Empregando uma postura corporal cautelosa e metódica que indica objetividade de sua parte, Robert Patrick confere ao androide uma expressão sempre impassiva, fria e que dificulta qualquer tentativa de antever as suas ações, soando como um assassino que está lá apenas para cumprir seu trabalho e ir embora. Mas o mais inusitado é que, mesmo com esta impassividade, o T-1000 ainda apresenta requintes de crueldade, como se gostasse de torturar suas vítimas e de amedrontá-las antes de destruí-las fisicamente – observem, por exemplo, o “nãozinho” que ele faz com o dedo depois de Sarah Connor atirar repetidamente em seu peito, ou o instante em que fura o ombro da heroína e faz questão de dizer “Eu sei que isso dói“. Além disso, o fato de ser um androide de “metal líquido” permite que a forma do personagem mude em cada uma de suas aparições, chegando ao ponto de assumir a aparência de outras pessoas (como um transmorfo), o que surpreende o espectador, em especial, na cena em que descobrimos que o T-1000 matou os pais adotivos de John – ao mesmo tempo, isto também possibilita que o corpo do vilão seja “remodelado” de maneiras visualmente criativas, com espadas no lugar dos braços, com buracos provocados por explosões de projéteis no rosto e com o torso repartido depois de ser acertado por uma granada na barriga.
Isto, inclusive, nos traz a um dos aspectos que mais fizeram O Exterminador do Futuro 2 marcar a História do Cinema (e que o transformaram, junto ao primeiro Jurassic Park, num dos principais expoentes da computação gráfica no início da década de 1990): a forma como os efeitos digitais foram empregados para conceber o T-1000. Empregada de maneira revolucionária para a época, a computação gráfica mostra-se instrumental ao permitir que o vilão altere radicalmente a aparência e a densidade de seu corpo, tornando-se não apenas prateado e líquido, mas também maleável a ponto de atravessar uma grade – num momento cuja fantasia James Cameron faz questão de quebrar ao mostrar como a pistola carregada pelo T-1000 acaba ficando presa entre as barras (o que não deixa de ser engraçado). Ainda assim, o mais fascinante é perceber como o filme não se deslumbra com os efeitos visuais a ponto de fazê-los engolir a obra, utilizando os avanços da tecnologia gráfica somente quando são estritamente necessários (afinal, é difícil criar um androide de metal líquido usando apenas efeitos práticos, não é?). Assim, quando os personagens se lançam em sequências de ação que envolvem objetos, veículos e/ou humanos em carne-e-osso, o resultado soa convincente justamente porque a maioria dos itens retratados na tela de fato foram filmados diante de uma câmera – notem, por exemplo, como a longa perseguição que ocorre no terceiro ato funciona por contar (entre outros fatores) com um helicóptero real que se desloca com uma aerodinâmica realista.
A partir daí, O Exterminador do Futuro 2 se torna um épico de ação, sendo frequentemente considerado um dos melhores representantes do gênero que o Cinema já produziu. E com razão, já que o trabalho de James Cameron ao coordenar as perseguições, os tiroteios e as lutas permanece impressionante mesmo após 28 anos: dedicando os primeiros 20 minutos a somente apresentar os personagens antes de atirá-los no meio da ação, o cineasta já chega com o pé na porta logo na primeira grande cena de adrenalina do filme – no caso, aquela que traz John Connor fugindo do T-1000 enquanto o T-800 aparece para protegê-lo. A câmera, em particular, se comporta de maneira corretíssima ao longo de todas as sequências, mantendo-se relativamente distante dos personagens (o que permite que vejamos com clareza quem está aonde em relação a quem ou a quê) e movendo-se de forma inquieta, mas nunca frenética a ponto de prejudicar o entendimento do espectador e da mise-en-scène. Além disso, a montagem de Conrad Buff, Mark Goldblatt e Richard A. Harris (sim, foram necessários três profissionais) confere ritmo, dinamismo e intensidade às sequências de ação sem depender de um corte a cada milésimo de segundo, deixando o espectador apreciá-las na medida certa.
Outro fator que obviamente favorece O Exterminador do Futuro 2 é o fato de suas cenas de ação apresentarem personalidades próprias, jamais se repetindo ou se misturando na memória do espectador: aqui, veremos uma perseguição nos canais vazios de Los Angeles; ali, acompanharemos a fuga de um hospício; acolá, os heróis estarão cercados no prédio da Cyberdyne e terão que escapar da SWAT; mais à frente, uma nova perseguição trará um helicóptero atrás de um furgão blindado; por último, os robôs trocarão socos, pontapés e tiros. E o fato de haver uma renovação em cada sequência de ação mostra-se fundamental, pois serve para renovar o interesse do espectador diante do que está sendo apresentado na tela (uma lógica também seguida pelos recentes Missão: Impossível – Efeito Fallout e John Wick 3: Parabellum). Como se não bastasse, Cameron reconhece a importância de pausar a narrativa entre as cenas mais movimentadas, já que mergulhar o público em ação ininterrupta poderia cansá-lo eventualmente – assim, depois que John e T-800 resgatam Sarah do hospício, o filme resolve passar os próximos 20 minutos apenas mostrando a relação entre os personagens, o que se revela uma decisão acertada.
Os heróis, diga-se de passagem, contam com um senso humanitário notável, o que se torna particularmente óbvio quando o T-800 carrega uma minigun para a beira de uma janela e dispara centenas de tiros em direção a uma equipe da SWAT, mas fazendo questão de não causar uma única morte, acertando somente as viaturas, os camburões e o asfalto. Da mesma forma, é interessante perceber como as sequências de ação, mesmo embaladas em pura adrenalina, trazem consigo um peso dramático que muitas vezes define as trajetórias emocionais dos personagens: quando Sarah Connor invade a casa de Miles Dyson, o diretor da Cyberdine que criou o projeto da Skynet, para matá-lo e é surpreendida pela chegada de John, ela é levada a reconhecer o altruísmo de seu filho (que a impediu de executar um inocente – afinal, ele ainda não sabe ser responsável por bilhões de mortes) e dizer um “Eu te amo” que o menino há muito desejava ouvir.
Em contrapartida, o roteiro de Cameron e Wisher apresenta um senso de humor que tinha tudo para resultar em desastre, mas que acaba funcionando de maneira perfeita justamente por ter origem na personalidade dos personagens, ajudando a construir, por exemplo, a relação de amizade entre John e T-800 (ao constatar que este obedece a qualquer uma de suas ordens, o garoto celebra: “Meu próprio Exterminador!“). Aliás, a chegada do ciborgue ao “presente” representa um dos momentos mais icônicos desta continuação, quando ele entra em um bar, arranja briga com dois ou três valentões sem matá-los (ao contrário do que ocorria no original), rouba as roupas de couro e a moto do principal deles e ainda termina a ação colocando um par de óculos escuros no rosto – numa piada que, 12 anos depois, seria refeita de forma medíocre em O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas.
Mas a alma da série (tanto no primeiro filme quanto neste segundo) está mesmo em seus personagens, sendo especialmente fascinante descobrir como todos surgem em versões completamente diferentes do que poderíamos esperar – e Sarah Connor, em particular, demonstra ter passado por uma evolução drástica após os eventos retratados em 1984: se antes ela era uma garçonete desajeitada, insegura e vulnerável, agora ela se transformou em uma heroína durona, bem treinada e pronta para enfrentar qualquer tipo de ameaça. Aliás, a mudança de Sarah pode ser constatada ainda em sua (re)apresentação, quando surge trancada no quarto de um hospício, fazendo barra no canto do cômodo e exibindo uma musculatura considerável – o que se contrapõe à maneira como James Cameron a apresentava no longa original (em contraluz, pilotando uma lambreta, com os cabelos ao vento). A performance de Linda Hamilton, por sinal, faz jus ao amadurecimento da personagem, exibindo uma postura rígida e viril que, mesmo ainda demonstrando sentimentos inequívocos (frustração; raiva; medo; força de vontade; etc), em nada se assemelha à jovem tímida e inexperiente que conhecemos no filme anterior.
John Connor, por sua vez, se revela um garoto radicalmente diferente do que esperaríamos de um suposto salvador da Humanidade, debochando de seus pais adotivos, sentindo-se à vontade para infringir leis, caindo na estrada sem nenhuma responsabilidade e chegando ao ponto de roubar dinheiro para se divertir por aí (numa prática que ele alega ter aprendido com a mãe). Ainda assim, conforme a narrativa vai avançando, aos poucos descobrimos que John tem um certo caráter, esforçando-se ao máximo, por exemplo, para evitar a morte de inocentes – e a performance de Edward Furlong se sai bem ao retratá-lo como um pré-adolescente que, como tal, demonstra entusiasmo, humor e ingenuidade. Além disso, o fato de Sarah encará-lo como um Messias acaba provocando um distanciamento nele em relação ao resto da Humanidade, amargando a rejeição, por exemplo, de sua tentativa de salvar a vida da própria mãe.
Assim, é surpreendente que o responsável por quebrar este distanciamento (e por preparar John para o vindouro conflito com as máquinas) seja justamente… um ciborgue. Neste sentido, O Exterminador do Futuro 2 executa uma tarefa fundamental em uma continuação: evoluir os temas, os personagens e o universo apresentados anteriormente. Se antes as máquinas se resumiam a meros monstros, agora descobrimos que elas também podem carregar sentimentos bons dentro de seus organismos cibernéticos (não à toa, o John Connor do futuro confia tanto em um T-800 que é capaz de mandá-lo ao passado para garantir sua segurança). Houve, portanto, um amadurecimento inquestionável da abordagem que Cameron empregou no original – e isto serve também para retratar como a Humanidade, por si só, é falha e corrompida, dando origem a um dos momentos mais tocantes (e tematicamente importantes) do filme: aquele em que John observa duas crianças se estapeando, percebe como as pessoas tendem a se autodestruir e escuta o T-800 dizer objetivamente que “Se destruir faz parte da natureza humana“.
Pois um robô programado para proteger um ser humano pode até ser incapaz de se rebelar contra ele, mas um ser humano mandado para proteger outro ser humano sempre pode ser corrompido por razões perversas. O que não significa, no entanto, que uma máquina seja movida somente por suas programações – e, neste sentido, O Exterminador do Futuro 2 remete à velha discussão que obras como Blade Runner costumam levantar: é possível uma inteligência artificial ter emoções autênticas? A julgar pelo comportamento do T-800, sim: vivido por Arnold Schwarzenegger sem nenhum resquício da maldade que exibia no primeiro filme, o herói se revela imponente e objetivo aqui, fazendo jus à impassividade que esperamos de uma máquina – por outro lado, à medida que a narrativa se desenrola, somos surpreendidos por manifestações de emoção cada vez mais explícitas, desde o sorrisinho que o ciborgue abre ao contemplar a minigun pela primeira vez (indicando uma preferência pessoal/parcial; ele realmente gostou daquela arma) até a ironia contida no “Eu insisto” que profere após um segurança da Cyberdine proibi-lo de entrar no prédio da empresa.
No entanto, o centro emocional do filme reside mesmo na amizade entre T-800 e John Connor, sendo patente, em especial, o carinho que o ciborgue demonstra pelo menino durante o terceiro ato, quando percebe que o T-1000 está se aproximando e, ao ordenar que John fuja imediatamente, solta um “Go, now!” que soa não como uma frase de efeito dita por uma máquina, mas como um sinal de legítima preocupação (ele realmente quer garantir a segurança do garoto). Da mesma forma, não há como ignorar o peso dramático que o longa apresenta em seu desfecho, quando o T-800 declara que precisa se autodestruir e, ao constatar a dor sentida por John diante da perda que sofrerá, pede desculpas ao menino por ter tomado esta decisão. O que culmina, é claro, na imagem do herói afundando no fogo e fazendo um sinal de “positivo” com o polegar em direção a John e à sua mãe, despertando no espectador uma comoção que poucos filmes de ação costumam despertar.
E não deixa de ser curioso que o amigo mais humano que John Connor fez na vida tenha sido justamente… um robô. O que serve também como um preocupante indício de como nós, enquanto seres pensantes e autoconscientes, andamos carecendo da tal humanidade que dizemos representar.