Mad Max 3 (1)

Título Original

Mad Max Beyond Thunderdome

Lançamento

10 de julho de 1985

Direção

George Miller e George Ogilvie

Roteiro

George Miller e Terry Hayes

Elenco

Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence, Adam Cockburn, Frank Thring, Angelo Rossitto, Paul Larsson, Angry Anderson, Robert Grubb, George Spartels, Edwin Hodgeman, Bob Hornery, Andrew Oh, Helen Buday, Mark Spain, Mark Kounnas, Rod Zuanic, Justine Clarke, Shane Tickner, Toni Allaylis, James Wingrove, Adam Scougall e Tom Jennings

Duração

107 minutos

Gênero

Nacionalidade

Austrália

Produção

George Miller

Distribuidor

Warner Bros.

Sinopse

Em uma era pós-apocalíptica, Mad Max chega a uma cidade cheia de desordeiros e governada por Turner. Lá, ele se torna um gladiador e é abandonado no deserto. Um bando de órfãos selvagens, os quais procuram por ajuda há muitos anos, acaba resgatando Mad Max. Quando vários dos órfãos acreditam que a chegada de Max é um sinal, ele decide retornar para a cidade.

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Mad Max: Além da Cúpula do Trovão | Crítica

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Não importa o nível de qualidade da cinessérie que for: é praticamente impossível evitar pelo menos uma bola fora ou mesmo algo abaixo da média estabelecida dentro desta franquia. Depois de render duas das melhores obras já realizadas no gênero “ação”, a franquia Mad Max se provou incapaz de fugir à regra ao lançar Além da Cúpula do Trovão, um terceiro filme que, mesmo sem ser reprovável, trazia uma grande parcela de defeitos e surgia como um desfecho moderadamente decepcionante para as aventuras de Mel Gibson na pele do Guerreiro do Asfalto.

Aliás, é justamente na falta de asfalto que reside um dos grandes defeitos de Mad Max 3: se os dois longas anteriores definiram as perseguições eletrizantes como parte essencial da cinessérie, este terceiro capítulo peca gravemente por deixar esta identidade de lado até o momento em que seu clímax torna necessária uma corrida. É uma pena, no entanto, constatar que a perseguição final de Além da Cúpula do Trovão não é muito mais que uma reconstituição do clímax de Mad Max 2, sem trazer novidades nem despertar a empolgação como faziam os longas anteriores.

Mas se as “Corridas Malucas sombrias” que se tornaram parte da essência de Mad Max estão ausentes neste terceiro capítulo até seu terceiro ato (que, por sinal, é tristemente insípido), ao menos ainda conta com uma grande virtude da cinessérie: a direção do magnífico George Miller, que dessa vez une seus esforços ao de George Ogilve. Se o cenário decadente e desesperançoso elaborado no primeiro filme sofreu uma evolução monstruosa e ganhou contornos mais bizarros e assustadores no segundo, este terceiro segue desenvolvendo o mundo pós-apocalíptico louco e inventivo visto no longa anterior ao incluir, por exemplo, indivíduos deformados e cartunescos que, além de potencializarem a criativa e adorável esquisitice de Mad Max 2, funcionam por serem explosões de criatividade por parte dos realizadores de Além da Cúpula do Trovão – a dupla Master-Blaster que o diga.

Igualmente admirável é constatar o modo com o qual George Miller e George Ogilve enriquecem o universo de Mad Max com conceitos distorcidos e insanos de sociedade, e a cidade de Bartertown comandada pela vilã vivida por Tina Turner (possivelmente o elemento mais memorável do filme) acaba sendo uma retratação instigante do que poderia ser uma população tentando se estabelecer de maneira apropriada num mundo perigoso e bizarro. E por mais que o longa frustre terrivelmente por abandonar as perseguições automobilísticas características da franquia, ao menos traz a emblemática luta entre Max Rockatansky e Blaster na Cúpula do Trovão, que expõe toda a habilidade criativa de Miller e, quem sabe?, Ogilve.

E é justamente por isso que, logo após 30 minutos interessantes e divertidos, Mad Max 3 frustra ao bater de frente com uma parede de concreto e não consiga seguir em frente com sua narrativa por um longo tempo. Depois dos ocorridos na cidade Bartertown, Max é mandado para morrer no deserto, mas acaba sendo salvo por uma tribo de crianças que vê nele uma “salvação”. Menos asfalto e mais crianças – que infelizmente não são como o Menino-Fera. Na longa passagem em que o personagem-título convive com esta tribo, a narrativa se enrola e seu ritmo é gravemente abalado. O que poderia ser mais uma demonstração interessante da imaginação farta de George Miller acaba não sendo mais que uma chatice que ocupa o segundo ato inteiro da película, lamentavelmente. É preciso tomar muito cuidado quando se opta por inserir uma ou mais crianças para interagirem com um herói (RoboCop 3 Homem de Ferro 3 estão aí para evidenciar o perigo de tal decisão), e por mais que até seja moderadamente divertido ver o comportamento egoísta e desagradavelmente objetivo de Max respondendo às entusiasmadas clemências dos jovens personagens por salvação, é fato que esta tribo em nada se assemelha à brutalidade e insanidade características de Mad Max.

Para complementar, o próprio Max Rockatansky acaba provocando reações contrastantes: por mais que o carisma de Mel Gibson seja indiscutível e seu personagem esteja profundamente agradável em Além da Cúpula do Trovão, a forma como o Guerreiro do Asfalto deixa de ser um herói vulnerável e humanizado para ganhar contornos mais grandiosos e imponentes faz com que ele se transforme numa figura menos verossímil e interessante, pois em momento algum sentimos que ele esteja correndo real risco e tememos intensamente seu destino.

Com uma boa trilha sonora que marcou sua época com a icônica We Don’t Need Another HeroMad Max Além da Cúpula do Trovão não é ruim, mas sua inferioridade com relação aos demais capítulos da franquia acaba sendo sintomática demais para ser ignorada. Faltaram estradas para o Guerreiro do Asfalto, embora seja sempre um prazer revê-lo.

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