Melhores 2017

Os MELHORES e os PIORES filmes de 2017

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2017 foi um ano particularmente frutífero não só em termos de Cinema, mas em pessoais. Foram mais de 200 filmes assistidos, uma temporada de Oscar das mais produtivas, incontáveis idas ao cinema, um Festival do Rio coberto pela primeira vez, mais de 70 textos escritos, não-sei-quantos vídeos gravados e até mesmo algumas entrevistas (diga-se de passagem, uma das coisas que mais me alegraram neste ano foi a realização do documentário Críticos – Por Trás dos Festivais, um projeto de faculdade que deu uma trabalheira danada, mas cujo resultado me deixou mais que feliz).

Mas não é só: 1) este foi o ano onde comecei a cursar Cinema, o que me levou a produzir bem mais, conhecer pessoas maravilhosas, obter informações sólidas a respeito dos “bastidores” da Arte, descobrir novos detalhes sobre minha persona e até mesmo renovar a forma de pensar e enxergar o mundo e as pessoas que o ocupam; 2) o canal Bora Fazer um Curta? (que administro ao lado de Marco Antonio Guida e Arthur Mota) começou a ser profissionalizado na medida do possível, me fazendo frequentar as cabines de imprensa, contatar colegas de profissão que são de uma simpatia tremenda, conhecer pessoalmente alguns nomes que há muito admiro, trabalhar com mais afinco e (novamente) compreender mais o mundo que existe por trás das críticas em vídeo ou texto; e 3) comecei a ramificar minhas atividades tanto na escrita quanto no YouTube, o que me permitiu colaborar de vez em quando com o site Bastidores e plantar algumas sementes para o futuro.

E é por isso que deixo 2017 com a esperança de que há muito potencial em 2018. Foi um ano de transição, onde tive que abraçar novas tendências e aprender a dizer “Let It Go” para algumas coisas. Este foi sem dúvida um ano… curioso, agora basta ver o que virá a seguir. (Há um contrapeso nisso tudo: sou também um cara terrivelmente pessimista, então… será que é bom abaixar um pouco essas expectativas?)

“Tá, ninguém quer saber da sua vida pessoal. Fale sobre Cinema!”

Ok, ok, não precisa desta grosseria.

2017 foi mais um ano onde o terror se mostrou firme e forte, oferecendo obras que desconstroem o gênero ao mesmo tempo em que utilizam este feito para promover discussões relevantes, preocupando-se mais com ideias, tramas, personagens e temas do que com sustinhos, ruídos altos ou gritos artificiais. Outra boa surpresa foi constatar como os super-heróis ainda podem ter fôlego – e é incrível que, dos vários longas baseados em quadrinhos da Marvel ou da DC lançados em 2017, nenhum chegou nem perto de representar uma experiência dolorosa. Sim, tiveram aqueles filmes que, embora bastante divertidos, mostraram-se descartáveis e foram esquecidos em poucos dias. Por outro lado, este foi um ano onde vimos produções que fugiram às convenções do subgênero, incluíram debates fundamentais a respeito da representatividade na cultura pop e encontraram sobrevida para franquias que estavam praticamente mortas.

O Cinema nacional mais uma vez provou ser infinitamente superior ao que o público médio costuma julgar, apresentando obras-primas que, mesmo alcançando a aprovação da Crítica de forma homogênea, eram completamente diferentes umas das outras, evidenciando pela milésima vez que o Brasil tem uma variedade admirável em sua produção cinematográfica. Só lamento, porém, que não tenha sido um ano tão memorável para as animações de grandes estúdios.

Houveram questões extra-fílmicas que marcarão 2017 para sempre: a histórica “gafe do Oscar”, por exemplo, me fez sentir pena dos responsáveis por La La Land, celebrar o reconhecimento recebido por minorias através de Moonlight, torcer para que Warren Beatty e Faye Dunaway não sejam injustamente enxergados como velhinhos senis (a culpa foi de alguém da PricewaterhouseCoopers que entregou o envelope de “melhor atriz” em vez do de “melhor filme”) e ficar sem saber o que dizer sobre a reação de Jimmy Kimmel (que voltará como apresentador em 2018).

Mas o mais importante foi a caça às bruxas que começou em Hollywood assim que o poderoso Harvey Weinstein caiu depois de dezenas de acusações de assédio sexual e algumas envolvendo estupro. Logo após isso, vieram diversos casos (uns já eram até esperados; outros acabaram com o apreço que eu tinha por certas figuras): Kevin Spacey, Brett Ratner, Bryan Singer, Louis C.K., Sylvester Stallone, Dustin Hoffmann, John Lasseter… Foi um ano onde Hollywood resolveu lavar roupas sujas. Já discuti o assunto em dois vídeos: um falando sobre o caso de Weinstein e outro comentando o de C.K. e seu I Love You, Daddy (e ainda pretendo escrever sobre isso na crítica do filme).

Enfim, 2017 foi um ano para ficar marcado mesmo. Dito isso, vamos então relembrar as melhores coisas que o Cinema proporcionou, na minha opinião particular, entre 1º de janeiro e 28 de dezembro de 2017 (lembrando que essa lista se refere aos filmes lançados comercialmente no Brasil neste período). Desejo a todos um forte abraço e um 2018 maravilhoso em todos os sentidos. 🙂

 

Os 10 MELHORES filmes de 2017:

  1. Era o Hotel Cambridge (Idem, Brasil, 2016)
  2. Corra! (Get Out, EUA, 2017)
  3. Blade Runner 2049 (Idem, EUA, 2017)
  4. Moonlight (Idem, EUA, 2016)
  5. Uma Mulher Fantástica (Una mujer fantástica, Chile, 2017)
  6. mãe! (mother!, EUA, 2017)
  7. Logan (Idem, EUA, 2017)
  8. Detroit em Rebelião (Detroit, EUA, 2017)
  9. Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, EUA, 2017)
  10. Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, EUA, 2017)

 

OUTRAS 27 MENÇÕES HONROSAS (em ordem ALFABÉTICA):

Ao Cair da Noite (It Comes at Night, EUA, 2017)

Bingo: O Rei das Manhãs (Idem, Brasil, 2017)

Bom Comportamento (Good Time, EUA, 2017)

A Criada (Ah-ga-ssi, Coreia do Sul, 2016)

De Canção em Canção (Song to Song, EUA, 2016)

Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, Inglaterra, 2016)

Eu Não Sou Seu Negro (I Am Not Yor Negro, EUA, 2016)

O Filme da Minha Vida (Idem, Brasil, 2017)

O Formidável (Le redoutable, França, 2017)

A Guerra dos Sexos (Battle of the Sexes, EUA, 2017)

It: A Coisa (It, EUA, 2017)

Jim & Andy: The Great Beyond (Idem, EUA, 2017)

John Wick: Um Novo Dia para Matar (John Wick: Chapter Two, EUA, 2017)

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, EUA, 2017)

La La Land (Idem, EUA, 2016)

Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea, EUA, 2016)

Manifesto (Idem, EUA, 2016)

Mulher-Maravilha (Wonder Woman, EUA, 2017)

No Intenso Agora (Idem, Brasil, 2017)

Okja (Idem, Coreia do Sul/EUA, 2017)

A Qualquer Custo (Hell or High Water, EUA, 2016)

Sete Minutos Depois da Meia-Noite (A Monster Calls, EUA/Inglaterra/Espanha, 2016)

Silêncio (Silence, EUA, 2016)

Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi (Star Wars – Episode VIII: The Last Jedi, EUA, 2017)

Toni Erdmann (Idem, Alemanha, 2016)

A Vilã (Ak-Nyeo, Coréia do Sul, 2017)

Z: A Cidade Perdida (The Lost City of Z, EUA, 2016)

 

Os 10 PIORES filmes de 2017:

  1. Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, EUA, 2017)
  2. Inseparáveis (Inseparables, Argentina, 2016)
  3. Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker, EUA, 2017)
  4. Death Note (Idem, EUA, 2017)
  5. Alien: Covenant (Idem, EUA, 2017)
  6. Rei Arthur: A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, EUA, 2017)
  7. Emoji – O Filme (The Emoji Movie, EUA, 2017)
  8. A Múmia (The Mummy, EUA, 2017)
  9. Bright (Idem, EUA, 2017)
  10. O Poderoso Chefinho (The Boss Baby, EUA, 2017)

 

OUTRAS 12 MENÇÕES DESONROSAS (em ordem ALFABÉTICA):

Assassin’s Creed (Idem, EUA, 2016)

A Bela e a Fera (The Beauty and the Beast, EUA, 2017)

Beleza Oculta (Collateral Beauty, EUA, 2016)

Cães Selvagens (Dog Eat Dog, EUA, 2016)

O Círculo (The Circle, EUA, 2017)

Fome de Poder (The Founder, EUA, 2016)

Um Homem Chamado Ove (En man som heter Ove, Suécia, 2016)

Internet: O Filme (Idem, Brasil, 2017)

Passageiros (Passengers, EUA, 2016)

Polícia Federal: A Lei é para Todos (Idem, Brasil, 2017)

Power Rangers (Idem, EUA, 2017)

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, EUA/França, 2017)

Mais para explorar

Wicked | Crítica

Me surpreendeu ao revelar detalhes sobre o passado das personagens de O Mágico de Oz que eu sinceramente não esperava que valessem a pena descobrir, enriquecendo a obra original em vez de enfraquecê-la.

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