
Drive My Car é um filme sobre fantasmas. Não aqueles que se manifestam em sustos, se vestem de pano branco

Basicamente confirma aquilo que os últimos trabalhos de Aaron Sorkin apontavam: o fato de ser um bom roteirista não significa que ele seja bom cineasta. Aqui, porém, em nenhuma das duas funções ele se destaca, o que é mais triste ainda.

O Batman de Matt Reeves é um filme de super-herói que nos apresenta a um universo que pode até ser descrito como “realista”, mas que não se julga superior pelo simples fato de sê-lo e nem se envergonha de seus elementos fabulescos.

Relíquia de um tempo no qual os super-heróis ainda não haviam perdido a inocência com que foram criados, esta é uma obra que absorve e reflete o contexto no qual foi criada (no caso, a contracultura hippie).

O amadurecimento de dois moleques que forçadamente percebem que o tempo está passando e que os sonhos impossíveis da juventude são menos concretos ou valiosos do que as pequenas coisas que já estão ao nosso lado.

Uma aventura que não têm medo algum de elevar as cenas de ação ao limite do absurdo, herdando, com isso, as possibilidades gráficas dos games que a inspiraram.

E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?