Blade Runner 2049 (1)

Título Original

Blade Runner 2049

Lançamento

5 de outubro de 2017

Direção

Hampton Fancher, Michael Green e Ridley Scott

Roteiro

Hampton Fancher, Michael Green e Ridley Scott

Elenco

Ryan Gosling, Ana de Armas, Harrison Ford, Sylvia Hoeks, Robin Wright, Jared Leto, Mackenzie Davis, Carla Juri, Lennie James, Dave Bautista, David Dastmalchian, Barkhad Abdi, Hiam Abbass, Wood Harris e Edward James Olmos

Duração

163 minutos

Gênero

Nacionalidade

EUA

Produção

Andrew A. Kosove, Broderick Johnson, Bud Yorkin e Cynthia Yorkin

Distribuidor

Sony Pictures

Sinopse

California, 2049. Após os problemas enfrentados com os Nexus 8, uma nova espécie de replicantes é desenvolvida, de forma que seja mais obediente aos humanos. Um deles é K (Ryan Gosling), um blade runner que caça replicantes foragidos para a polícia de Los Angeles. Após encontrar Sapper Morton (Dave Bautista), K descobre um fascinante segredo: a replicante Rachel (Sean Young) teve um filho, mantido em sigilo até então. A possibilidade de que replicantes se reproduzam pode desencadear uma guerra deles com os humanos, o que faz com que a tenente Joshi (Robin Wright), chefe de K, o envie para encontrar e eliminar a criança.

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Blade Runner 2049 | Crítica

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Obs.: assim como na crítica de mãe!, tive que dividir a análise de Blade Runner 2049 em duas partes. A primeira evita detalhes reveladores demais, mas talvez contenha alguns do mesmo jeito; e a segunda permite spoilers à vontade. Agora que dei o aviso inicial, vamos ao texto…

Parte 1: A continuidade da continuação

No decorrer de Blade Runner 2049, o protagonista vivido por Ryan Gosling carrega um cavalinho de madeira que imediatamente se transforma numa representação de sua existência. Trata-se, é claro, de um objeto que remete ao origami de unicórnio que dizia muito sobre quem era Deckard, no longa original. Por outro lado, mesmo desempenhando funções semelhantes, os dois itens são distintos entre si e desencadeiam arcos dramáticos diferentes para os personagens. Isto resume muitíssimo bem o grande trunfo deste Blade Runner 2049: embora faça algumas alusões inevitáveis ao primeiro filme, o maior atrativo desta sequência é perceber como ela leva adiante tudo aquilo construído anteriormente. Desta forma, o novo trabalho do diretor Denis Villeneuve faz jus ao próprio conceito de continuação, interessando-se mais na oportunidade de retornar àquele universo do que em atirar uma infinidade de referências gratuitas a fim de garantir a aprovação dos fãs com mais facilidade.

Creditado a Ridley Scott, Michael Green (cuja carreira irregular inclui tanto Lanterna Verde quanto Logan) e ao mesmo Hampton Fancher do primeiro Blade Runner, o roteiro se passa três décadas depois da fuga de Deckard e Rachael no fim do original. De lá para cá, os replicantes voltaram a ser aceitos pela Lei e uma nova geração de criações sintéticas foi desenvolvida pela Wallace Corporation, cujo líder vive buscando uma forma de fazer os “androides” semearem. No meio disso tudo, o detetive K trabalha como blade runner para a polícia de Los Angeles e, ao se deparar com os ossos de uma antiga replicante que parece ter dado à luz, acaba caindo numa investigação que aponta para uma figura misteriosa que habita na região devastada de Las Vegas. Seria Deckard?

Quando Ridley Scott apresentou Blade Runner ao mundo (com as versões posteriores àquela que foi para os cinemas), a impressão que restava era de um projeto autoral que dificilmente funcionaria nas mãos de outro realizador – em contrapartida, basta analisar os estragos que vêm sendo feitos na série Alien para entender que Scott já não é mais apropriado para voltar a se concentrar nos replicantes. A sorte, porém, é que Denis Villeneuve parece ser a escolha perfeita para comandar um longa como Blade Runner 2049: após presentear os cinéfilos com IncêndiosThe PrisonersO Homem Duplicado e A Chegada (este último já se consolidou como um clássico da ficção científica), o diretor mais uma vez exibe uma capacidade impressionante de situar o espectador no centro de uma experiência imersiva e poderosa, criando momentos belíssimos onde a câmera acompanha um veículo que voa entre edifícios e hologramas imensos (e Villeneuve também acerta ao investir em planos gerais que enaltecem a grandiosidade dos cenários, como se recontextualizasse a lógica visual de Sicario para um universo cyberpunk).

Para imergir ainda mais o público, é claro que a trilha sonora ganha um papel ainda mais importante – e o mais interessante é que, mesmo remetendo pontualmente ao trabalho de Vangelis no original, a composição de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch consegue encontrar uma identidade própria, deixando de lado os pianos e diminuindo o uso de sintetizadores a fim de priorizar explosões e sons que servem para complementar de forma inusitada a ação mostrada na tela (a ideia de adicionar o ronco de um motor, por exemplo, é inesperadamente eficaz). Aliás, já que apontei um aspecto que remete ao clássico de 1982 ao mesmo tempo em que o atualiza, é fundamental atribuir o mesmo mérito ao espetacular design de produção elaborado por Dennis Gassner, que preserva algumas tradições do filme anterior (como os zeppelins, os carros voadores, a aparência podre do submundo e o logo da Coca-Cola) sem esquecer que, querendo ou não, este universo evoluiu após 30 anos. Isso permite a inserção de uma série de hologramas multicoloridos e variados em suas proporções: existem os de tamanho caseiro (como a namorada de K), os enormes (como a bailarina gigantesca que encobre uma rua inteira) e as miniaturas (como um Frank Sinatra que pode ser ligado no balcão de um cassino abandonado).

Já que estamos abordando questões visuais que certamente envolvem a pós-produção, vale dizer que os efeitos visuais de Blade Runner 2049 são um deslumbre à parte – e até mesmo eu, que não costumo me impressionar tanto com computação gráfica quanto antes, fiquei embasbacado aqui (aliás, podemos dizer que Planeta dos Macacos: A Guerra ganhou um sério concorrente na disputa pelo Oscar, não é mesmo?). Mesclados às praticidades que Denis Villeneuve prioriza na medida do possível (muitos veículos são construídos manualmente, o que dá fisicalidade ao que se vê em tela), os efeitos digitais são empregados com um cuidado digno de nota. Tomemos Joi, o holograma que namora K, como exemplo: além de conter um aspecto relativamente opaco, o corpo da personagem é parcialmente enfraquecido quando a fumaça de um cigarro encosta em sua projeção. De todo modo, o ápice deste talento está presente numa sequência fabulosa onde o corpo de Joi é “sublinhado” pelo de uma mulher tangível, permitindo que K tenha uma experiência próxima ao que seria encostar na pele da namorada.

Mas é impossível discutir Blade Runner 2049 sem falar sobre a magistral fotografia de Roger Deakins, que é inegavelmente um dos melhores profissionais da área em atividade e que aqui realiza um de seus melhores trabalhos. Deixando de lado a paleta dessaturada e cinzenta do longa original, o diretor de fotografia reconhece que o mundo obviamente mudou depois de tantos anos e cria uma diversidade admirável nas paisagens que surgem no decorrer da trama: a fazenda que aparece nos minutos iniciais é esbranquiçada e nebulosa; a nova Los Angeles aparenta ser menos poluída que a anterior, sendo caracterizada por chuvas constantes e tons de azul noturno; a visão que temos de Las Vegas (ou pelo menos o que restou dela, depois de uma devastação nuclear) é completamente dominada por laranja; e a base da Wallace Corporation é composta por sombras que se contrastam ao dourado do ambiente, algo que remete ao local onde Deckard encontrou Rachael pela primeira vez. Além disso, Deakins obtém resultados impressionantes ao misturar cores diferentes dentro de um único plano, como pode ser observado no instante em que K conversa com um holograma gigante: o rosto do herói é banhado por roxo, mas o que está atrás dele é azul (e isso porque não citei a imagem que traz K e Joi num terraço e que comporta tons de azul, vermelho e verde). Se Roger Deakins não for o vencedor do próximo Oscar, é porque a Academia surtou de uma vez por todas.

Ambiciosa na maneira como expande a mitologia de Blade Runner, esta continuação traz uma construção de mundo sutil e que pode incluir pequenos comentários sociais e éticos – e mesmo que sejam permitidos em 2049, isso não quer dizer que os replicantes não serão discriminados após tantos anos de perseguição (e existem até mesmo termos pejorativos para defini-los, como “pele falsa”). A propósito, notem que: 1) muitos hologramas femininos são usados para saciar as vontades de homens que se sentem solitários; e 2) há uma mulher enorme e nua que é projetada no meio do caos urbano a fim de chamar pretendentes para um bate-papo. Com base nessas informações, podemos pressupor que, apesar dos esforços de grupos numerosos, a objetificação do corpo feminino jamais foi vencida?

Por fim, é preciso destacar também o trabalho de Ryan Gosling, que aqui surge num papel distante daqueles que fez em Dois Caras Legais ou La La Land (seria possível dizer que está mais próximo de Drive, mas lá ele era bem mais frio do que aqui). Em Blade Runner 2049, Gosling consegue a incrível proeza de compor um personagem que lembra Deckard ao mesmo tempo em que não tem absolutamente nada a ver com ele: mesmo vestindo roupas parecidas e contando com um arco dramático de autodescoberta bastante similar, o detetive K jamais é tão bruto ou insensível quanto o protagonista do original, sentindo a necessidade de expor emoções (e quando ele se enfurece diante de uma revelação, é difícil não sentir o peso daquela descoberta). E se Ana de Armas ilustra perfeitamente os conflitos existenciais de sua personagem – que é humana demais para se restringir à mera natureza de holograma –, Harrison Ford confere uma densidade que ninguém sabia que existia em Deckard; desta vez, ele exala emoções e sentimentos que são fruto de um arco dramático inciado há mais de 30 anos. Já Jared Leto aproveita as duas ou três cenas que tem para transformar Niander Wallace num vilão cujas motivações são densas e movidas por uma ideologia concreta, já que ele claramente acredita que os fins podem justificar seus meios (ele crê que a escravização dos replicantes pode resultar numa boa ação).

Há, porém, uma ressalva a ser feita: embora o filme original também contasse com um ritmo relativamente morno, esta continuação leva este conceito a um novo patamar e investe numa quantidade considerável de sequências que poderiam ser agilizadas ou eliminadas. Sendo assim, Blade Runner 2049 se torna mais longo que o ideal e beira o cansativo em alguns momentos, estendendo sua duração a quase três horas – e o primeiro ato, em especial, certamente poderia ser mais objetivo e dinâmico nas situações que pretende desenvolver, levando o protagonista a uma investigação que até faz sentido do ponto de vista lógico, mas que simplesmente demora para avançar. Em compensação, o filme melhora progressivamente quando certa vilã começa a agir e desponta de vez quando K e Deckard finalmente contracenam.

Investindo num desfecho surpreendentemente emocionante e que funciona ainda mais graças à frieza que predominava desde o longa original, Blade Runner 2049 não só faz jus ao clássico que o inspirou como comprova que Denis Villeneuve veio para ficar. E mais: contra todas as más expectativas, o diretor provou que é possível mexer no legado de uma obra sem prejudicá-la. Dá para pedir mais que isso?

Parte 2: Humanos, replicantes e hologramas

Blade Runner 2049 é o tipo de filme que merece ser visto mais de uma vez. Não só pelo espetáculo técnico alcançado pela produção (e que já discuti na primeira parte desta crítica), mas por todos os questionamentos que são levantados pelo roteiro e que sempre fizeram parte da essência de Blade Runner. Assim, o co-roteirista Hampton Fancher não esquece de um dos principais fatores que transformaram o longa original numa obra-prima: as reflexões a respeito da natureza emocional do Homem e do que realmente pode caracterizar um ser vivo como humano – e não custa lembrar que, daqui em diante, haverá SPOILERS.

Aliás, é intrigante que uma das obras inspiradas por Blade Runner tenha sido Ghost in the Shell, cuja refilmagem falhou miseravelmente ao tentar debater questões bem parecidas com as que foram abordadas nos filmes de Ridley Scott e Denis Villeneuve. O que nos torna humanos? É certo dizer que uma espécie gerada artificialmente pode ser diminuída à vontade? Uma máquina é menos importante que um ser vivo? Afinal, o que define um ser vivo?

Bom, há um certo instante onde uma personagem recita uma frase que resume a visão geral do filme (e que, não por coincidência, também esteve na minha crítica do original): os replicantes são “Mais humanos que os humanos“. Isso já fica claro logo na primeira cena, quando K entra em serviço e demonstra que sua conduta como blade runner é bem distinta daquela que Deckard adotava, se esforçando para estabelecer um diálogo mínimo e civilizado com um suspeito antes de partir para os socos e tiros. A trajetória de K, inclusive, traz algumas surpresas que fortalecem não só o protagonista em si, mas a própria discussão que o roteiro promove: de imediato, o herói é introduzido como um androide, é desolado ao perceber que talvez seja um ser humano e encerra seu arco descobrindo que é mesmo uma criação artificial (no caso, um clone da filha de Deckard). Na teoria, não houve muita diferença; na prática, o sujeito mudou completamente – e K não apenas passa a se identificar como “Joe” ao acreditar que é um ser humano como ainda mantém o nome após confirmar sua natureza sintética, o que indica que ele assumiu a humanidade mesmo sem integrá-la literalmente.

E já que citei o papel de Harrison Ford, é admirável que esta continuação faça o favor de corrigir aquele que é, a meu ver, o único tropeço do primeiro filme: a revelação de que Deckard é um replicante. Ao escrever sobre Blade Runner, comentei que isto enfraquecia toda a ideia de que os androides são mais humanos que os próprios – aqui, por outro lado, esta falha é contornada com inteligência e perspicácia sem necessariamente desfazer o que foi apresentado. Como Niander Wallace esclarece em certo ponto da projeção, Deckard pode até ser um organismo sintético que inclui memórias implantadas e pupilas que brilham, mas não é um replicante qualquer, tanto que viveu muito mais do que quatro anos e – acima de tudo – realizou um verdadeiro milagre ao engravidar Rachael. No fim deste novo filme, porém, o ex-blade runner se vê experimentando sentimentos, optando por enfim criar coragem para conhecer sua filha. Agora, observem como um arco dramático se fecha: se no passado Deckard era tão frio e bruto quanto um ser humano qualquer, desta vez ele vivenciou uma série de eventos que o transformaram numa figura mais próxima dos replicantes emotivos e sensíveis.

Mas Blade Runner 2049 vai além, levando mais uma vez os temas discutidos no primeiro filme para novos horizontes. Além de sugerir que o nascimento biológico pode ser menos significativo para um ser vivo do que imaginamos (ao saber que talvez tenha que executar o primogênito dos replicantes, K lamenta comentando que “Nunca teve que matar nada que tenha nascido“), o roteiro expande a lógica dos questionamentos e adiciona os hologramas nesta equação – o que me faz voltar à reflexão proposta por Ela: um bem material não poderia gerar empatia verídica? Joi é um produto e foi desenvolvida com o propósito de satisfazer o consumidor, mas não dá para fingir que os sentimentos existentes nela são irrelevantes ou escancaradamente postiços. Ela ama e é amada; até onde podemos negar o valor disso? Se os replicantes sofrem uma perseguição violenta, os hologramas são menosprezados e encarados como objetos – e creio que alguns cidadãos entorno de K diriam que sua paixão por Joi não passa de um materialismo romantizado. Dito isso, a dinâmica entre o detetive e a mulher-holograma funciona justamente pela sensibilidade com que é retratada: quando o protagonista oferece à esposa a oportunidade de sair daquele apartamento e experimentar as gotas de uma chuva no terraço, o afeto existente na situação torna-se absolutamente palpável – e esta sinceridade faz com que o desfecho da relação soe trágico. Não que os causadores desta fatalidade (sim, o termo é esse) sejam vilões nefastos e compostos somente por maldade, pois nada é preto ou branco neste universo.

O que nos traz àquela que talvez seja uma das maiores surpresas de Blade Runner 2049: Luv, a replicante que trabalha como secretária de Niander Wallace. À primeira vista, é fácil enxergar a personagem como uma mera variação do conceito de capanga, algo que estamos habituados a ver exaustivamente no Cinema – e devo admitir que, antes de rever o filme, acreditei que Luv nada mais fosse do que uma vilãzinha genérica. Como eu estava errado… Vivida por Sylvia Hoeks com uma imponência física bastante perceptível, a replicante é, de fato, uma figura intimidadora que sempre parece preparada para avançar contra quem está à sua frente, mas é injusto encará-la somente desta forma. Mais do que uma subordinada ao grande antagonista da história, Luv é um elemento que enriquece a trama do ponto de vista temático, já que, assim como o policial interpretado por John Boyega no recente Detroit em Rebelião, ela é forçada a ver seus semelhantes perecerem nas mãos dos privilegiados (e quando Wallace esfaqueia a barriga de uma replicante recém-concebida, uma lágrima escorre do olho de Luv). E mais: ao interrogar a chefe da polícia de Los Angeles, a antagonista se esforça para manter uma postura fria e ameaçadora até que, de uma hora para a outra, começa a gritar e dizer que vai matar sua presa alegando que foi em legítima defesa – ou seja: os replicantes também agem em prol de questões puramente emocionais, o que quebra a ideia de que máquinas não podem ter vida.

E já que estamos falando sobre os vilões (perdão: “vilões”), é curioso que, mesmo com pouco tempo de tela, Niander Wallace seja revelado como uma figura complexa e conceitualmente instigante cuja persona é construída a partir de detalhes pontuais. Logo no começo, os letreiros introdutórios estabelecem que a fome foi erradicada graças aos novos replicantes que Wallace criou e pôs no mundo, sem data de validade e programados para trabalhar em plantações. Mas isso não é o suficiente, pois a grandiosidade das ideias do sujeito incluem soluções para outros problemas iminentes, como a poluição e a superpopulação (tanto que, ao recordar que nove planetas já foram colonizados, Niander diz que “Este é um número que pode ser contado nas mãos“, fazendo pouco de uma conquista impressionante em prol de suas ambições). Niander Wallace não é um carrasco impiedoso nem um benfeitor pura e simplesmente; ele é um indivíduo inescrupuloso e calculista que encontrou um meio de capitalizar em cima da salvação da Humanidade.

Para finalizar, assistir a Blade Runner 2049 mais de uma vez permitiu que a única ressalva que fiz ao filme se tornasse irrelevante: se antes afirmei que o ritmo da narrativa era extensivo e lento demais, agora faço questão de reconhecer que, na segunda conferida, a projeção fluiu com uma tranquilidade notável. Ok, pode até ser que as quase três horas da projeção sejam um pouco excessivas, mas não a ponto de comprometer o projeto.

Pois no fim das contas o que importa é que o bom e velho Blade Runner está vivo e, graças à sabedoria dos roteiristas e do brilhante diretor, suas ambições temáticas e estilísticas não estão mais limitadas ao ano de 1982 (ou 2019, dependendo da interpretação).

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