O Exterminador do Futuro (1)

Título Original

The Terminator

Lançamento

26 de outubro de 1984

Direção

James Cameron

Roteiro

James Cameron e Gale Anne Hurd

Elenco

Linda Hamilton, Michael Biehn, Arnold Schwarzenegger, Paul Winfield, Lance Henriksen, Earl Boen, Bess Motta, Rick Rossovich, Shawn Schepps, Dick Miller, Franco Columbu, Bill Paxton, Brian Thompson e Marianne Muellerleile

Duração

107 minutos

Gênero

Nacionalidade

EUA

Produção

Gale Anne Hurd

Distribuidor

Fox

Sinopse

Num futuro próximo, a guerra entre humanos e máquinas foi deflagrada. Com a tecnologia a seu dispor, um plano inusitado é arquitetado pelas máquinas ao enviar para o passado um ciborgue com a missão de matar a mãe daquele que viria a se transformar num líder e seu pior inimigo. Contudo, os humanos também conseguem enviar um representante para proteger a mulher e tentar garantir o futuro da humanidade.

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O Exterminador do Futuro | Crítica

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Para um cinéfilo, poucas coisas são mais prazerosas do que assistir a um filme e ter a clara sensação de que a pessoa responsável por comandá-lo tinha total controle sob seu trabalho, demonstrando uma visão bem definida acerca de seus objetivos e executando-os corretamente. O Exterminador do Futuro é um destes casos: apresentando-se como uma combinação de gêneros que tinha tudo para resultar em desastre, mas que acaba funcionando de maneira simplesmente fascinante, o resultado alcançado por esta obra já seria admirável o bastante caso fosse dirigido por um cineasta veterano – e o fato de ter sido dirigido por um James Cameron ainda desconhecido é impressionante por si só; afinal, não é sempre que aparece um realizador novo, porém tão seguro em suas convicções. Se considerarmos que o único longa que Cameron havia dirigido até então tinha sido Piranhas 2: Assassinas Voadoras, a surpresa se torna ainda maior.

Roteirizado por Cameron e pela produtora Gale Anne Hurd, O Exterminador do Futuro começa nos apresentando ao devastador futuro de 2029, no qual um programa de inteligência artificial chamado Skynet ganhou vida própria e, manipulando todas as outras máquinas do mundo, liderou uma rebelião contra a Humanidade que terminou reduzindo o mundo a cinzas. Enquanto isso, uma pequena parte dos sobreviventes da antiga civilização continua lutando para sobreviver nos escombros que restaram das velhas cidades, sendo protegida pela Resistência liderada pelo soldado John Connor. Percebendo que estão perdendo a guerra contra os humanos, as máquinas decidem apelar para uma cartada final: enviar o ciborgue T-800 (Schwarzenegger), Modelo 101, ao ano de 1984 a fim de matar a jovem Sarah Connor (Hamilton), mãe de John, antes que ela dê à luz. No entanto, a Resistência também tem uma última estratégia: mandar ao passado o guerrilheiro Kyle Reese (Biehn) para defender Sarah, dando início a um incessante jogo de gato e rato.

Envolvendo o espectador em uma atmosfera sombria ainda nos minutos iniciais, O Exterminador do Futuro se revela uma obra surpreendentemente complexa no que diz respeito à sua definição de gênero, combinando estilos já consolidados ao longo de décadas de História do Cinema – e se o encontro destes estilos (tão diferentes entre si) funciona aqui, isto se deve ao soberbo trabalho de James Cameron, que mostra-se objetivo, porém cuidadoso ao estabelecer a premissa da história e, principalmente, as influências estéticas/temáticas que definirão o tom da narrativa. Assim, Cameron basicamente passeia entre diversos gêneros (e subgêneros) ao conduzir este longa, alcançando um resultado particularmente brilhante: por um lado, O Exterminador do Futuro é um exemplar indiscutível do gênero “ação”; por outro, seus elementos de ficção científica são difíceis de ignorar; mas o mais inesperado, contudo, é que o filme pegue emprestado diversos componentes do Terror, inspirando-se notavelmente na tradição dos slasher movies (que, vale lembrar, estavam em alta na década de 1980).

Já começando com uma sequência absolutamente aterrorizante que nos apresenta aos destroços que restaram da antiga Los Angeles em 2029 (o trator passando por cima de dezenas de crânios humanos no chão, em especial, é memorável), O Exterminador do Futuro se mostra uma ficção científica absolutamente irretocável: apresenta conceitos instigantes, estabelece com calma as regras que compõem seu universo particular e – não menos importante – emprega seus elementos científicos/fantasiosos como um pretexto para refletir, na ficção, questões importantes do mundo real. Neste sentido, o simples fato de existir uma revolução das máquinas contra os seres humanos se torna um comentário social importantíssimo, denunciando como a tendência que o Homem tem de querer “brincar de Deus” pode levar sua criação a se voltar contra ele. Se isto já era assustador em 1984, hoje soa ainda mais verossímil graças ao vício crescente da Sociedade por celulares, computadores e inteligências artificiais capazes de adivinhar o que se passa na cabeça de seus donos e de monitorar cada movimento feito pelos mesmos (pensem no escândalo de espionagem patrocinado pela NSA, por exemplo). Stephen Hawking não estava delirando quando nos alertou para os perigos fornecidos pelas máquinas.

Além disso, O Exterminador do Futuro é também uma das principais obras sobre viagem no tempo já produzidas em toda a História do Cinema (lembrem-se que, naquela época, os filmes que lidavam com o tema não eram numerosos como viriam a ser nas décadas seguintes, limitando-se a exemplos mais pontuais). Em primeiro lugar, o fato de girar em torno de personagens que vieram do futuro para matar/proteger uma mulher do presente é fascinante por si só, permitindo que só este detalhe já impacte significativamente todos os arcos dramáticos (Sarah é levada ao choque justamente por se encontrar no meio de uma situação confusa por natureza, sentindo-se baqueada também ao constatar como precisa se preparar para o que seu destino pré-determinado lhe reserva). Como se não bastasse, o roteiro de James Cameron e Gale Anne Hurd demonstra elegância ao criar (e só prossiga com a leitura quem já tiver assistido ao filme) alguns paradoxos temporais que, de certa maneira, transformam a viagem de Kyle Reese e o nascimento de John Connor em etapas de um enorme ciclo vicioso.

Já como representante do gênero “ação”, O Exterminador do Futuro é favorecido pela cautela de James Cameron ao estabelecer o ritmo da narrativa, que se mantém intenso e frenético do início ao fim (a primeira hora de projeção, em particular, é inteiramente dominada por uma tensão ininterrupta, chegando a uma pausa somente na metade do segundo ato). Mas o mais admirável, contudo, é perceber como Cameron dirige a ação de maneira sempre disciplinada, enfocando as constantes perseguições, por exemplo, através de planos abertos ou gerais que permitem que o espectador entenda a posição geográfica dos personagens e dos objetos de cena em relação a uns aos outros – e mais: existem ações específicas que, de tão elaboradas, tinham tudo para se tornar visualmente confusas, mas que acabam funcionando, no fim das contas, justamente por serem retratadas de forma organizada (o momento em que T-800 acerta um tiro em Kyle Reese e isto faz com que uma bomba exploda no colo deste, por exemplo). Ao mesmo tempo, Cameron acerta ao investir pontualmente no exagero para fazer as ações do Exterminador soarem ainda mais impressionantes (ou absurdas), como na icônica sequência que traz uma frase aparentemente casual (“I’ll be back“) antecipando a entrada de um carro em alta velocidade numa delegacia.

Ainda assim, o mais surpreendente em O Exterminador do Futuro é a maneira como James Cameron se insere no Cinema de terror, inspirando-se claramente na atmosfera e na dinâmica dos slasher movies em diversos momentos-chave da narrativa (pensem em Michael Myers, Freddie Krueger ou Jason Voorhees e percebam como não é difícil imaginá-los na mesma categoria do Exterminador deste filme). Dirigido por Cameron de forma sempre inquietante (mesmo que parte desta inquietação venha de algo aparentemente inofensivo, como um cãozinho latindo para T-800 num quintal), o filme se revela grotesco ainda em seus minutos iniciais, quando o personagem-título aterriza em 1984, sai no braço com um grupo de punks e termina arrancando o coração de um destes. Além disso, o cineasta cria várias imagens assustadoras por si só, como aquela que mostra o vilão saindo das chamas e pulando em direção ao carro no qual Sarah e Kyle se encontram – e toda a sequência que traz T-800 matando Ginger (a amiga com quem Sarah divide o apartamento) e seu namorado é concebida por Cameron como um pesadelo apavorante: a fotografia de Adam Greenberg mergulha a ação em sombras absolutas, o assassinato propriamente dito é retratado em câmera lenta e, antes de morrer, a vítima do crime se arrasta lentamente pelo chão enquanto deixa um rastro de sangue no apartamento.

Mas é claro que nada disso funcionaria se James Cameron fosse incapaz de estabelecer uma atmosfera de tensão constante – e, aqui, o cineasta volta a demonstrar sua inteligência habitual, construindo o suspense com um cuidado que traria orgulho aos maiores mestres do gênero. Toda a sequência ambientada na boate Tech Noir, em especial, se mostra fascinante em sua elaboração: Sarah está num ambiente público lotado; a chegada do Exterminador representa um perigo não só para ela, mas para todos que estão ao redor dela (e que não têm nada a ver com sua situação); ao avistar Kyle Reese no bar, ela suspeita que ele seja o assassino atrás dela (e aí, entra a ironia dramática: nós, como espectadores, sabemos que o assassino não é ele, mas Sarah, a personagem dentro da cena, não sabe); e, quando o verdadeiro assassino se aproxima, ela sem querer deixa uma garrafinha cair no chão e, ao se abaixar para pegá-la, isto impede que o Exterminador a veja, adiando temporariamente o encontro entre a heroína e o vilão (e prolongando a tensão).

De todo modo, o grande mérito de Cameron consiste em nos fazer acreditar que T-800 é uma criatura realmente impossível de ser derrotada (“Ele não sente pena, remorso ou medo. Nada pode detê-lo.“, diz Kyle em dado momento) – não é à toa que, mesmo já tendo assistido ao filme dezenas de vezes, eu sempre fico angustiado quando o revejo.

Pontuado por pequenos momentos de humor que aliviam um pouco da tensão sem jamais comprometê-la (os policiais interpretados por Paul Winfield e Lance Henriksen vivem trocando insultos divertidíssimos, ao passo que a gag que traz o Exterminador arremessando um cara para fora de uma cabine telefônica surge espontânea dentro do contexto da narrativa – gag esta que, anos mais tarde, seria referenciada de forma hilária em um episódio de Seinfeld), O Exterminador do Futuro é fortalecido também pela eficácia do roteiro de James Cameron, que, além de desenvolver bem a trama em si, ainda lida constantemente com o conceito de “pista de recompensa” (ou foreshadowing), antecipando antecipando (ou mesmo comentando) vários acontecimentos importantes da história através de uma fala específica aqui e de uma imagem simbólica ali: a caixa postal de Sarah Connor diz “Hey, você está falando com uma máquina, mas não se preocupe, máquinas também precisam de amor“; em certo instante, o Exterminador atropela um caminhãozinho de brinquedo na rua, se conectando diretamente ao caminhão que o próprio Exterminador vem a dirigir no terceiro ato; quando está no conforto de sua casa, Sarah veste uma camisa que funde os Jetsons (futuro) aos Flintstones (passado); por aí vai. E não deixa de ser curioso, portanto, que o objeto responsável por destruir de vez T-800 seja justamente… uma máquina (ou seja: de certa maneira, ele foi eliminado pela sua própria espécie).

Como se não bastasse, O Exterminador do Futuro ainda impressiona em seus aspectos técnicos: composta por Brad Fiedel, a trilha musical se mostra essencial ao ajudar a construir o ritmo da narrativa, investindo em uma sonoridade sempre assustadora (às vezes, remetendo mesmo a um filme de terror), baseada em tons graves, inspirando-se em batimentos cardíacos para definir a chegada do Exterminador e utilizando sons específicos que, de vez em quando, soam como batidas de martelo em uma superfície de ferro (sugerindo o caráter… “fabricado” do vilão) – isto sem contar, é claro, a emblemática música-tema que permanece icônica até os dias de hoje. Já a direção de arte (assinada por Maria Caso e George Costello) se sai particularmente bem ao imaginar a Los Angeles de 2029 como uma versão ainda mais devastada do que aquela que conhecemos em Blade Runner, contrastando as sobras da antiga civilização (agora reduzida a pó) à grandeza quase superpoderosa das máquinas que dominaram o mundo. Como se não bastasse, o icônico design do esqueleto do T-800 se mantém assustador até hoje, ao passo que os efeitos especiais funcionam por serem práticos (feitos no set) na maior parte do tempo, conferindo um peso físico às sequências de ação que nem sempre a computação gráfica é capaz de simular (o único momento que tropeça um pouco é aquele em que o Exterminador arranca o globo ocular diante de um espelho, substituindo Arnold Schwarzenegger por um boneco animatronic que, confesso, me faz rir sempre que o vejo).

O que nos traz ao Exterminador em si: apresentado por James Cameron como uma criatura grande, corpulenta e visualmente assustadora, o personagem-título é retratado pelo filme como um verdadeiro monstro, não sendo surpresa, portanto, que ele seja sempre mostrado através de planos em ângulos baixos que realçam a sua postura intimidadora (o colocando numa posição de superioridade em relação ao próprio espectador). Em contrapartida, por mais que Cameron não demore a tratá-lo como um supervilão, a sua natureza cibernética é revelada aos poucos, o que deixa o público sem saber o que esperar do ciborgue: a princípio, ele parece apenas um cara exageradamente forte; mais tarde, descobrimos sua resistência a vários tiros de espingarda e à explosão de um carro; um pouco adiante, percebemos sua capacidade de simular as vozes de outras pessoas; e, quando chegamos ao terceiro ato, finalmente somos apresentados à sua forma mais natural (a de um esqueleto metálico com olhos vermelhos). Para completar, a performance de Arnold Schwarzenegger (recém-saído de Conan, o Bárbaro) faz jus à ameaça representada pelo T-800, investindo em uma expressão neutra que sugere ao mesmo tempo impassividade e frieza – e o fato de Schwarzenegger ser um brutamontes, claro, ajuda o personagem a parecer ainda mais intimidador.

Isto, por sinal, estabelece um contraste notável ao corpo macilento de Kyle Reese, que, vivido pelo franzino Michael Biehn, surge como um herói fisicamente pequeno, humano e vulnerável – ainda mais quando comparado à montanha de músculos representada por Schwarzenegger (e percebam que, ao contrário do ciborgue, que aterriza em 1984 cheio de imponência e segurança, Reese chega ao passado confuso, exaurido e sem fôlego). Aliás, a condição psicológica de Kyle Reese carrega cicatrizes esperadas de alguém que passou a vida inteira enfiado numa guerra e precisa lidar com uma série de traumas que ficaram desde então, lembrando um pouco Rambo neste sentido. Ao mesmo tempo, é curioso que, mesmo sabendo exatamente qual é a sua missão (e como deve lutar para cumpri-la), Reese ainda se mostre desconsertado em relação às suas próprias intenções, o que culmina no momento em que revela seu amor incontido, porém surpreendente por Sarah Connor. Por outro lado, os diálogos nunca foram a especialidade de James Cameron como roteirista – e toda a conversa na qual Reese revela estar apaixonado por Connor, em particular, soa esquemática e artificial.

Mas o arco mais significativo de O Exterminador do Futuro, contudo, pertence mesmo a Sarah Connor, que passa por uma mudança brutal, mas convincente ao longo de toda a narrativa. Vivida por Linda Hamilton como uma moça ingênua e insegura (mesmo exibindo uma personalidade divertida, por exemplo, ao brincar com o namorado de Ginger quando este a confunde com ela), Sarah é uma jovem que se sente isolada pelo mundo antipático ao seu redor – seja através das grosserias proferidas por seus clientes em seu local de trabalho (um restaurante) ou do fato de seu par romântico abandoná-la quando já estava pronta para sair de casa. Não é à toa que, ao ouvir Kyle Reese que será enxergada como uma figura divina em 2029 (afinal, ela é mãe do salvador da Humanidade), a jovem simplesmente não consegue acreditar que seu destino seja este, achando-se normal demais para assumir um status tão grandioso. A doçura de Sarah Connor, inclusive, reflete-se não apenas na performance de Hamilton, mas também na forma como Cameron idealiza sua primeira aparição no filme (numa lambreta, com os cabelos ao vento, vestindo roupas coloridas e acompanhada por uma trilha angelical ao fundo).

A Sarah Connor introduzida ainda no primeiro ato não é a Sarah Connor que vemos no terceiro. Neste meio-tempo, a personagem atravessou uma jornada impossível de ignorar: se antes ela era uma jovem insegura que precisava ser protegida, agora ela se tornou uma guerreira que descobriu estar no meio de uma situação arriscada e que precisava não apenas escapar, mas também assumir uma responsabilidade para os anos que virão a seguir. Não é por acaso que, no clímax, Sarah insista em não deixar Kyle Reese sozinho, pois agora ela também tem a coragem necessária para enfrentar o Exterminador. E percebam, também, como ela já demonstra ser esperta o suficiente para derrotar seu inimigo, conduzindo-o a uma armadilha e destruindo-o graças a uma estratégia mínima.

O Exterminador do Futuro é, portanto, um filme sobre Sarah Connor – mesmo que o personagem descrito no título seja justamente o vilão da história. Sua evolução, inclusive, é acompanhada de perto por seus figurinos: na maior parte do tempo, ela veste roupas rosas e brancas, o que naturalmente sugere certa pureza; na cena final, porém, a reencontramos vestindo tons discretos e uma faixa na testa prendendo seus cabelos.

Agora, ela é não uma donzela em apuros, mas uma mulher forte e autônoma que, ao ouvir um senhorzinho alertar que “Há uma tempestade chegando“, prefere encará-la de peito aberto.

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