King Richard: Criando Campeãs | Crítica
Seja por seu caráter duvidoso ou pelo fato de ser um protagonista simplesmente desinteressante, Richard Williams empalidece diante das duas extraordinárias atletas que criou
Seja por seu caráter duvidoso ou pelo fato de ser um protagonista simplesmente desinteressante, Richard Williams empalidece diante das duas extraordinárias atletas que criou
O problema não está no fato de seus personagens serem caricaturas, mas no fato de seu diretor, Ridley Scott, tentar enfocá-los sob uma ótica solene.
Na maior parte do tempo, se sai bem ao tecer um retrato curiosamente simples e objetivo sobre os complicados arremedos que constituem o jogo político local.
É tomado por um sentimento de nostalgia tão generalizado que nem sempre parece saber ao certo para onde pretende se direcionar.
Embora imperfeita, é uma adaptação funcional que, ao seu próprio modo, prova que o universo “inadaptável” escrito por Frank Herbert pode, sim, existir no Cinema.
Há resquícios da autoria de Chloé Zhao espalhados aqui, mas sufocados pela mão pesada de uma megacorporação que, incapaz de conceder voz total a seus diretores, reduz o estilo da cineasta em questão a uma grife.
Quando se concentra na relação entre Eddie Brock e o simbionte que nele habita, o filme ocasionalmente consegue fazer rir. Pena que a necessidade de dividir tempo de tela com um vilão medíocre o prejudique tanto.
Mesmo dispondo de dois filmes e de quase três horas, o projeto ainda assim soa vazio e – o mais irônico – sem nada a dizer ou acrescentar sobre o caso Richthofen.
Talvez o melhorzinho dos filmes da “era Pierce Brosnan”.