Wicked | Crítica
Me surpreendeu ao revelar detalhes sobre o passado das personagens de O Mágico de Oz que eu sinceramente não esperava que valessem a pena descobrir, enriquecendo a obra original em vez de enfraquecê-la.
Me surpreendeu ao revelar detalhes sobre o passado das personagens de O Mágico de Oz que eu sinceramente não esperava que valessem a pena descobrir, enriquecendo a obra original em vez de enfraquecê-la.
Mesmo contado com momentos divertidos e ideias interessantes aqui e ali, estas quase sempre terminam sobrecarregadas pelo tanto de elementos simplesmente recauchutados do original – mas sem jamais atingirem a mesma força.
Machuca como uma ferida que se abriu de repente, sem sabermos exatamente de onde veio ou o que a provocou, e cujo sofrimento continua a se prolongar por décadas sem jamais cicatrizar.
Relíquia de um tempo no qual os super-heróis ainda não haviam perdido a inocência com que foram criados, esta é uma obra que absorve e reflete o contexto no qual foi criada (no caso, a contracultura hippie).
O amadurecimento de dois moleques que forçadamente percebem que o tempo está passando e que os sonhos impossíveis da juventude são menos concretos ou valiosos do que as pequenas coisas que já estão ao nosso lado.
Uma aventura que não têm medo algum de elevar as cenas de ação ao limite do absurdo, herdando, com isso, as possibilidades gráficas dos games que a inspiraram.
E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?
O cineasta Pablo Larraín retrata, com ares que beiram o macabro, o horror da deterioração da princesa Diana (interpretada por Kristen Stewart). Uma deterioração que resulta de uma confusão não só “geográfica”, mas espiritual e de identidade.
De várias formas, O Beco do Pesadelo despertou em mim a preocupação de que Guillermo del Toro possa estar seguindo os mesmos passos que tornaram Tim Burton cada vez menos interessante nos últimos 30 anos.
Embora traga bons momentos, o novo Pânico é um filme tão desesperado em prestar reverências aos capítulos originais que acaba deixando escapar justamente aquilo que os tornava tão marcantes: o fato de serem tudo, menos reverentes.
“A História acontece duas vezes: a primeira como tragédia e a segunda, como farsa.”
A literalidade das letras das músicas do filme não diminui a ambiguidade de seus temas, de seus personagens e de sua relação entre o intimista e o espetacular, entre o real e a farsa, entre o lúdico e o trágico.
Uma conclusão digna para uma trilogia que, no fim das contas, soa bem planejada.
Tinha tudo para ser uma repetição caça-níqueis de um sucesso anterior, mas preferiu reconhecer e satirizar a tendência que boa parte das continuações tem de ser justamente isso, tornando-se, assim, uma bela expansão da proposta do filme de 1996.